terça-feira, 17 de novembro de 2009
Torchwood - 1x10 - "Out of Time"
A equipe de Torchwood Três estão numa pista de pouso, esperando o aterrisar de um avião. Até aí, nada. A questão é que o avião que eles esperam é o Sky Gypsy (Cigana dos Céus), um antigo bimotor que inexplicavelmen
- Primeiro, comecemos pela piloto: Diane Holmes é uma mulher na faixa dos 30 anos, com um jeito de pin-up dos anos 1950, bonita, inteligente e com um espírito independente. Ou seja, tudo o que a maioria dos homens quer numa companhia. Ela e Owen envolvem-se romanticamente,
embora ela queira ainda voar novamente. Ela descobre que o brevê dela caducou, e é preciso tirar um novo, fazendo aulas de pilotagem. Só que isso demorará semanas, o que a frustra um bocado (ei, ninguém falou para ela do Flight Simulator não?). Após uma noite romântica na cobertura cheia de janelas de Owen (coitada da empregada dele, limpar todos aqueles vidros), Diane sai para pegar o seu avião e tentar voar segundo o mesmo padrão, tentando pegar novamente a fenda aberta e voltar para 1953. Se não for possível, ela quer simplesmente explorar o mundo. Owen descobre que, pela primeira vez, ele está amando alguém, e está apaixonado por Diane. Quando ele acorda, encontra um bilhete deixado por ela, que pede para que eles se encontrem na pista de pouso, antes dela partir. Ele a alerta de que ela pode não ir parar em 1953, já que a fenda é espaço-temporal , mas ela recusa-se a ouvir o seu alerta. Eles se beijam, se despedem entre lágrimas, e ela parte. - Emma-Louise Cowell é uma jovem de 18 anos, ingênua e sonhadora, que quer casar, ter filhos... E só. Ela acaba sendo acompanhada pela Gwen, que a leva para casa e diz para o Rhys que Emma é uma "prima distante" (desculpa de sempre). Emma começa a descobrir um mundo novo para ela, começando pela percepção de que o amor é muito mais promíscuo do que era há 50 anos atrás (afinal, Gwen e Rhys são noivos mais vivem juntos). Gwen e Rhys ajudam-na, mas ele começa a perder a confiança na noiva quando descobre a mentira da prima distante. Emma acaba arrumando um emprego como figurinista de moda "retro" em Londres, e decide pegar um ônibus e ir, viver essa vida nova (com nova identidade e tudo). Gwen tenta convencê-la a ficar, mas leva-a na Rodoviária, para despedir-se com lágrimas de Emma.
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John Ellis é um senhor na faixa dos seus 40 anos, dono de um pequeno comércio, austero e controlador, como vários pais foram nos anos 1950. Ele resolve procurar um emprego, mas não consegue adaptar-se aos novos tempos, e as referências do seu passado o fazem sofrer ainda mais: Seu filho agora é um ancião, instalado num asilo, e com o Mal de Alzheimer, e que mal lembra-se do pai. Acompanhado por Jack, John vê a cena e ressente-se muito de não ter visto o filho crescer. Junto com isso, a sua completa incapacidade de adaptar-se aos novos tempos, fazem-no tomar uma decisão. Jack descobre que o carro de Ianto sumiu, e ele pensa logo em John. Ao procurá-lo, o encontra na garagem da sua antiga casa, pronto para cometer suicídio inalando o monóxido de carbono gerado pelo motor do veículo. Jack tenta encorajá-lo a refazer a vida, formar uma nova família, mas John recusa-se e pede para pelo menos morrer com dignidade. Jack consente, e John morre com Jack segurando a sua mão, enquanto ele sucumbe à fumaça letal.
O episódio é um típico episódio-clichê
Mas não tem como não gostar dele. Não tem como recriminar John Ellis por estar "condenado a viver" (como disse Jack), nem como não se encantar pela beleza pin-up de Diane Holmes, e seu espírito aventureiro (a la Amelia Earhart), e ou não se embevecer com a ingenuidade de Emma. Os três tomam caminhos diferentes, e soluções diferentes para o mesmo problema. E aí vemos também como cada membro de Torchwood lida com a situação.
Jack não recrimina John, por entender bem o que isso significa: Ele também passou por isso, e o que a Rose fez com ele, no final da 1a temporada de Doctor Who, acabou condenando-o a viver também. Talvez Jack esteja simplesmente cansado, tenha sofrido do mesmo choque cultural... Não sabemos, vamos ver isso mais adiante.
Owen está apaixonado por Diane, e é correspondido. De tanto ver o personagem amargo e chato (sem contar que Burn Gorman é fraco, na minha opinião), você passa a torcer por ele quando o vê amando. A gente quer ver o Owen ter um final feliz, afinal, torcemos sempre por isso. A gente quase deseja que ele pegue o avião com Diane (que é linda, por sinal) e vá embora, largue tudo para trás. Mas não foi isso que aconteceu.
Emma já nos encanta pela ingenuidade, e pela forma criativa que ela teve de lidar com a mudança: Talvez a pouca idade e a ingenuidade ajudem nisso, talvez nós, com tanto conhecimento e noção do mundo, não sejamos capazes de lidar com uma situação como essa. Talvez não tenhamos tempo ou não queremos parar, na nossa correria, para olhar as flores. Talvez a gente precise... Calma, deixa eu sossegar aqui senão eu vou parecer um pregador.
Voltemos ao episódio: Eu gosto muito desse episódio. Não tem alienígenas, nem nada sobrenatural. É um típico episódio-clichê
- A Cigana dos Céus (nome apropriado, não?) é um de Havilland Dragon Rapide, produzido em 1946..
- Há certos conflitos na continuidade quanto a esse episódio: Há quem diga que ele situa-se no início de 2007, após o final da 2a temporada de Doctor Who, assim como é toda a série. Mas há quem diga que o episódio isoladamente situa-se no final de 2007.
- Não sabemos o que aconteceu com Diane, embora em breve Owen terá uma visão dela, implorando a ele para que ele a salve.
- Quando Jack fala para John sobre o que virá depois do seu suicídio, ele faz eco de uma frase da Suzie Costello, 2 episódios atrás, quando ela diz que é simplesmente tudo preto.
- Diane especula que Amelia Earhart também deve ter voado através de uma fenda espaço-temporal quando sumiu.
- Rhys chama Emma de "Poliana", uma gíria baseada no romance de mesmo nome, de 1913.
- Diane vibra ao ver um Cessna na escola de pilotagem, e diz que eles mudaram muito pouco. O Cessna 172, que ela viu, é muito usado desde os anos 1950 para treinamento de pilotagem.
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