terça-feira, 28 de junho de 2011

Doctor Who 2005 - 6x03 - "The Curse of the Black Spot"

  A TARDIS segue um sinal de socorro, e vai parar em um navio pirata do século XVII, parado no meio de um oceano calmo e sem ventos. A tripulação está sendo atormentada por uma sereia. Cada um que se fere na tripulação, recebe uma mancha na palma da mão, e a sereia vem atrás dele, para o levar consigo. Seu canto induz as vítimas a um transe hipnótico, levando-os com ela e aparentemente desintegrando-os. Rory se corta durante uma luta com os piratas, tem uma mancha na palma da mão, mas não sucumbe à sereia graças à ação de sua esposa, Amy, e do Doutor. E como ele não resiste a um mistério...
  Supondo que a sereia está usando a água como um portal, o Doutor instrui todos a buscar refúgio no paiol do navio, o ponto mais seco de todos. Lá, eles encontram Toby Avery, filho do capitão, Henry Avery (aliás, personagem histórico verdadeiro, pode clicar aí do lado se vocês quiserem saber dele), que embarcou como clandestino após a morte da sua mãe, apesar dele não saber dos negócios ilícitos (o que é um eufemismo) do seu pai. Ele também tem uma mancha negra na mão, por ser vítima de febre. Numa tentativa de escapar, o Doutor e o Capitão entram no TARDIS, mas a encontram agindo atropeladamente, e são forçados a abandonar a nave antes dela se desmaterializar por si mesma. Nisso, a sereia leva mais um, e numa sala seca. O Doutor conclui que ela usa os reflexos para aparecer. Assim, ele resolve livrar o navio de todos as superfícies reflexivas, incluindo o tesouro roubado de um marajá indiano.
  Começa uma tempestade, e todos se animam, pois teremos vento. Nisso, Toby deixa cair uma coroa polida, ao levar um casaco para seu pai. A sereia surge e pega Toby. Logo, Rory cai no mar, e o Doutor intui que a sereia tem mostrado inteligência, e não vai deixar ninguém morrer. Ela salvará Rory. Baseado nisso, o Doutor convence o Capitão Avery e Amy a se ferirem, para atrairem a sereia. As suspeitas são confirmadas quando vemos que o toque da sereia não os desintegra, mas os transporta para uma nave alienígena, no mesmo ponto onde está o navio pirata, mas invisível a olho nu.
  O Doutor descobre que os tripulantes da nave estão mortos há muito tempo devido à exposição a um vírus humano. O trio descobre uma enfermaria, onde toda a tripulação pirata está. E lá eles encontram Rory e Toby também. descobre uma enfermaria, onde toda a tripulação pirata está. E lá eles encontram Rory e Toby também. A sereia na verdade é o programa médico de emergência da nave (ei, Doutor da USS Voyager, isso te lembra alguma coisa, não?), que está cuidando dos feridos; as manchas negras são amostras de tecido usadas como referência. Amy convence a sereia a libertar Rory, sob a condição de que ela iria cuidar dele. Ele é tirado do sistema de suporte de vida, mas com o seu conhecimento de enfermagem, é possível salvá-lo. E é claro, ele passa umas dicas antes. Enquanto isso, Avery decide ficar com seu filho e sua tripulação, já que ele não pode voltar à Inglaterra, e a nave cuida da sua tripulação. O episódio fecha com ele pegando o controle da nave, e com seu filho e sua tripulação, navega pelo espaço sideral.

Opinião sincera? Episódio "nhé". Bem mais ou menos, o sumiço da TARDIS não é bem explicado, algumas coisas ficaram confusas, e a história se resolveu nos 10 minutos finais, o que eu achei corrido demais. Muito vai-e-vem, um pouco de clichê... Ah, ouça o Universo Who Podcast #19 que você vai entender. Vamos às curiosidades:
  • Henry Avery existiu, e foi citado no arco da 4a temporada (1966) The Smugglers, que lida com a busca pelo "tesouro de Avery". 
  • Mesmo sendo de outro autor (Stephen Thompson, e não Steven Moffat), alguns pontos dos 2 episódios anteriores são mantidos: Rory e Amy mostram preocupação com a morte futura do Doutor; a Mulher do Tapa-Olho aparece para Amy novamente; o Doutor usa o scanner da TARDIS para fazer um teste de gravidez em Amy, que continua inconclusivo.
  • Hugh Bonneville, o Capitão Henry Avery foi anunciado em janeiro de 2011 como participante da 6a temporada de Doctor Who. Matt Smith e Karen Gillan disseram que trabalhar com ele foi "muito divertido". O mesmo trabalhou em audiodramas do Sétimo Doutor (Sylvester McCoy).
  • Lily Cole, a sereia, foi escolhida por ser bela, notável e de alguma forma... Assustadora. Ela é modelo e atriz.
  • Os produtores quiseram fazer um episódio que fosse "em alto mar".
  • O episódio também serviu para que o Doutor e os seus companheiros (Amy e Rory) relaxassem e se divertissem.
  • Os produtores tentaram entupir o episódio do maior número de referências a piratas que fosse possível. Logo, temos tesouro, motim, um garoto viajando como clandestino, caminhar na prancha, tempestades, espadas e um pirata de bom coração que não é realmente mau.
  • Mas Arthur Darvill (Rory) notou que faltou uma referência a piratas: Um papagaio!
  • Esse episódio foi planejado para ser o nono da 6a temporada, mas a ordem de produção foi trocada, como podemos notar.
  • Filmagens feitas em Cornwall e nos Upper Boat Studios, no País de Gales. O exterior do navio pirata foi filmado numa doca em Cornwall, e os decks inferiores são de um set no estúdio.
  • O principal desafio de filmar na doca era fazer com que ela não fosse vista. Por isso o nevoeiro, que custou 15.000 litros de água, e o uso de máquinas de vento e de chuva.
  • Para não correr o risco de ganharem um resfriado, todo mundo tinha roupas secas por baixo das roupas usadas. 
  • As cenas em que Cole apareceu a bordo do navio foram feitas usando um cabo como se ela estivesse voando
  • Como ela usava maquiagem verde e roupas verdes, a tela verde foi trocada por uma tela azul.
  • Já Karen Gillian se divertiu fazendo Amy lutando contra piratas com espadas, teve algumas lições sobre como manipular uma.
  • A enfermaria também foi feita num estúdio. O problema é que as camas estavam atadas ao teto por cordas finas, o que significa: Não mexam nenhum músculo, se possível. Nem respirem fundo, se puderem.
Bem, é isso. E agora vem o episódio mais aguardado dessa temporada, um dos melhores episódios para atrair fãs novos... Por que ele é escrito por nada mais, nada menos do que Neil Gaiman. Então, vamos vê-lo e curtir. E voltamos semana que vem. Até mais, e... Gerônimo!

terça-feira, 21 de junho de 2011

Doctor Who 2005 - 6x02 - "Day of the Moon"

  Passam-se três meses desde o fim do episódio passado, e o Doutor, Amy, Rory e River Song tentam rastrear os Silences. Canton Delaware captura-os, um a um. Aliás, para ser bem exato, o episódio começa com Amy fugindo num deserto e sendo MORTA por Canton. Rory é MORTO no alto de uma barragem, e River Song se atira do alto de um prédio. O Doutor está preso, barbudo (!) e cabeludo (!!) numa prisão especial na famosa Área 51, onde está a TARDIS. Os corpos do casal companheiro são trazidos, e uma prisão, feita de núcleo de uma estrela anã (o material mais denso do Universo) é feita ao redor do Doutor. Só que aí vem uma virada no roteiro (ou "plot twist", como queiram, embora eu odeie o termo): Eles estão vivos, e Canton fez isso para despistar os Silences. Quando eles partem com a TARDIS, eles vão lá buscar a River Song, e o Doutor grita para Amy: "Abra as portas da sala da piscina". Sim, River cai dentro da piscina, o que rende muitas gargalhadas e o fim da eventual chapinha que ela tenha feito para o episódio.
  Continuando... Eles não sabem o nome ou motivação dessa raça, mas sabem-se que eles existem por todo o planeta, e colocam sugestões pós-hipnóticas nos humanos que encontram com eles. O Doutor coloca um dispositivo de comunicação na mão de cada um do grupo, para gravar o áudio de encontros que eles tiveram com os Silences, e vão até Cabo Canaveral pouco antes do lançamento da Apollo 11, Amy diz ao Doutor que ela estava errada e não estava grávida.
  Enquanto o Doutor altera parte do módulo de comando da Apollo 11, Canton e Amy visitam um orfanato por perto, esperando descobrir de onde a menina na roupa de astronauta veio. Inscrições nas paredes sugerem que o local é abandonado, e a imagem que temos é aterrorizante, além do diretor do orfanato, que está mentalmente perturbado. Amy descobre um ninho dos Silences, e uma foto dela com um bebê no colo, no meio de fotos dessa garotinha. A menina entra junto com os Silence, e Amy é abduzida e levada para a sala de controle do seu equipamento temporal (aquela mesma, que falamos no episódio passado). O Doutor chega muito tarde para ajudá-la, achando o seu gravador, e Rory ainda consegue ouví-la confessando o seu amor por alguém do grupo (e o Rory ainda acha que ela ama o Doutor e não a ele, ô homi inseguro, sô!) Canton consegue atirar e ferir uma das criaturas, e finalmente o Doutor descobre que eles são os Silences. Até então, só nós, da audiência, sabíamos. Mas eles não.
  Analisando a roupa de astronauta vazia, River descobre que a menina é incrivelmente forte, para poder ter forçado a sua saída da roupa, e o sistema de suporte de vida da roupa conectou-a à pessoa mais poderosa da Terra quando ela estava com medo. E esse era o Presidente Nixon. O Doutor entende porque os Silences estão controlando a humanidade - dessa forma eles começaram a Corrida Espacial, fizeram roupas de astronautas, que devem ser úteis para os seus propósitos. Canton interroga o Silence capturado na prisão da Área 51, que fala com desdém da humanidade por preservá-lo vivo, quando eles deveriam "matar a todos quando vissem". Canton grava esse vídeo usando o celular de Amy.
  O Doutor usa o chip de comunicação de Amy para rastrear a sua localização, e chega com a TARDIS na sala de controle dos Silences 5 dias depois (sempre atrasado...). O Doutor mostra a todos a transmissão ao vivo do pouso na Lua, e enquanto todo o mundo assiste, ele usa a modificação que fez no módulo de controle da Apollo XI para transmitir o vídeo feito por Canton com o celular de Amy. Ou seja... Carnificina de Silences liberada a torto e a direito! U-hu, até eu gostaria de ter uma arma de fogo numa hora dessas. O grupo liberta Amy e vai embora com a TARDIS, mas não sem antes River matar todos os Silences na sala de controle (ela é um terror com armas, lembram-se?) Amy mais uma vez reafirma a Rory que ela o ama, e não o Doutor. Ele é amigo dela, mas Rory é o amor da vida dela (que bonitinho).
  River recusa-se a viajar com o Doutor, e volta à prisão de Stormcage para manter uma promessa. Ela dá um beijo de despedida no Doutor, e como o Doutor nunca a beijou antes, deduzimos que esse será o último beijo trocado entre eles. Na TARDIS, Amy não consegue lembrar-se da sua foto vista no orfanato, e disse que ela falou para o Doutor que ela estava grávida porque ela temia que viajar na TARDIS afetaria o crescimento do seu filho. Após, o Doutor passa um scanner (discretamente) em Amy, para determinar se ela está grávida. E o scanner alterna entre sim e não.
  No final, 6 meses depois, um mendigo em Nova York vê a garotinha que falamos o episódio todo. Ela diz que está morrendo, mas que pode resolver isso. E ela regenera. E o episódio acaba. E eu gritei um palavrão, impronunciável nessa resenha de família.


PQP, que episódio estrondoso. Eu pulei da cadeira com a sequência inicial, que é vibrante. E como sempre, Moffat resolve um problema com uma maneira bem simples, que é transmitir a confissão do Silence para todo o planeta. E aí começa a chacina autorizada dos Silences.

E as dúvidas continuam: Quem é a garotinha? Por que há fotos de Amy com um bebê no colo, no quarto dela no orfanato? Ela está realmente grávida? Como tudo isso se conecta? E River Song nessa história toda? Bem... Sem teorias. Vamos ver onde isso vai dar. Vamos às curiosidades.
  • A máquina dos Silence é idêntica à que vimos em "The Lodger". O Doutor a descreve como "muito Aickman Road", uma referência à casa que a nave estacionou sobre, nesse episódio.
  • Quando o Silence revela o seu nome ao Doutor, ele tem flash-backs dos episódios "The Eleventh Hour" e "The Vampires of Venice", os primeiros em que eles foram citados, na 5a temporada.
  • O Doutor foi detido na Área 51, onde o Décimo Doutor esteve, na animação Dreamland.
  • O Doutor e Rory discutem sobre estarem presentes na queda de Roma. Rory, como um Auton, guardou a Pandorica por todos esse tempo (conforme vimos em "The Big Bang", e o Primeiro Doutor (William Hartnell) indiretamente instigou o Grande Incêndio de Roma no episódio The Romans.
  • A "Mulher com um Tapa-Olho" (Frances Barber) surge pela primeira vez nesse episódio, e ainda será vista em outros episódios da temporada. No 6o episódio, veremos a sua conexão com Amy (aguardemmmmm).
  • O Doutor é detido numa prisão feita com "liga metálica de equilíbrio zero de estrela anã", o material mais denso do Universo". Essa liga apareceu na 18a temporada, na época do Quarto Doutor (Tom Baker).
  • O Presidente Nixon pergunta ao Doutor se ele será lembrado pelas gerações futuras. O Doutor chama Nixon pelo seu apelido, "Tricky Dicky", e diz que os americanos jamais o esquecerão (escândalo Watergate).
  • O Doutor manda ele dar um "alô" para David Frost por ele. Frost é um jornalista britânico que realizou uma série de entrevistas com Nixon, após a sua renúncia.
  • A cena onde Amy é perseguida é no Vale dos Deuses, em Utah. Karen Gillan disse ter dificuldade para correr por causa da altitude.
  • A cena onde Rory é morto é na Glen Canyon Dam, no Arizona, e foi a última cena filmada nos EUA.
  • A cena onde River se atira pela janela, que parece Nova York, é na verdade em Cardiff. E sim, usaram uma dublê. 
  • A "Área 51" foi na verdade um hangar desocupado no País de Gales.
  • As máscaras dos Silences atrapalham os atores para ver algo, e eles acabam sendo guiados por duas pessoas quando precisam caminhar. As vozes são inseridas depois, em pós-produção.
  • O ator que faz o mendigo (Ricky Fearon) apareceu no episódio da 2a temporada de Torchwood chamado "To the Last Man". 
Então é isso, começou a temporada e a gente está aflito para ver no que vai dar. Na semana que vem... Piratas. Sim, piratas da perna-de-pau, do olho-de-vidro e da cara de mau. E ainda tem coisas de outro mundo. Ah, vejam lá. Até lá... Gerônimo!

    terça-feira, 14 de junho de 2011

    Doctor Who 2005 - 6x01 - "The Impossible Astronaut"

      No início do episódio, vemos o Doutor fazendo diversas estripulias ao longo do tempo (como esconder-se debaixo de uma saia de uma nobre francesa - acho, e aparecer numa cena de um filme de "O Gordo e o Magro"), e vivendo 1001 aventuras (como diriam na "Sessão da Tarde"). Mas volta-se a Rory e Amy vivendo a sua vida de casados, após terem dado uma pausa de 2 meses nas viagens com o Doutor. Até que eles recebem um envelope azul pela caixa do correio, e esse envelope tem um tom de azul que é exatamente igual ao tom de azul da TARDIS. Esse envelope contém um papel (azul) com uma data, uma hora e um conjunto de coordenadas. E essas coordenadas os levam ao estado norte-americano de Utah. Lá eles chegam, e encontram a nossa arqueóloga de cabelo rebelde favorita, Dra. River Song, que também recebeu um envelope. Finalmente chega o Doutor, com um chapéu de vaqueiro (um Stetson) que é tirado da sua cabeça por uma bala disparada por River Song. Eles se confraternizam, e o Doutor, em um dado momento da conversa, declara que tem 1103 anos de idade (aproximadamente 200 anos amais do que a última vez em que eles o viram). O seu semblante está mais envelhecido, seu olhar, mas tranquilo... E ele os leva para um piquenique em um lago próximo, falando que levará-os para uma viagem até o "Espaço 1969".
      Amy vê ao longe uma figura misteriosa, mas logo esquece dela quando olha para outra direção. Posteriormente, alguém vestindo uma roupa de astronauta emerge do lago. O Doutor vai até ela, mas não sem antes avisar aos seus companheiros que eles não devem interferir. Todos ficam a uma certa distância, e entram em pânico quando o astronauta atira contra o Doutor. Ele começa a se regenerar, mas o "homem do espaço" atira novamente, e o Doutor MORRE. Sim, O DOUTOR MORRE. Amy chora, River Song se desespera, Rory fica chocado... E a gente também. Um homem idoso se aproxima, e se apresenta como Canton Everett Delaware III. Ele também recebeu um envelope azul, e diz que recebeu instruções para trazer um garrafão de gasolina. O corpo do Doutor é cremado, num típico funeral Viking (embora ele não fosse viking, mas... Não seria bom os humanos porem as mãos no corpo de um Senhor do Tempo falecido).
      Canton se despede, e eles vão, arrasados, até um restaurante de beira de estrada. Lá eles encontram o Doutor, 200 anos mais jovem, caminhando despreocupadamente. Ele também recebeu um envelope, sem saber quem enviou a ele. Depois de muita discussão, Amy, Rory e River decidem não falar nada para o Doutor da sua morte, ou que quem enviou o envelope foi o seu eu do futuro. Os quatro fazem uma busca por Canton Delaware e "Espaço 1969", e a TARDIS materializa-se camuflada no Salão Oval, onde vemos o Presidente Richard Nixon conversa com Canton Delaware III sobre uma série de telefonemas que ele recebe de uma garotinha assustada, pedindo ajuda. O Doutor conquista a confiança de Delaware, e convence Nixon a dar-lhe alguns minutos para localizar a menina.
      Enquanto o Doutor trabalha, Amy vê a figura misteriosa (que ela viu em 2011) novamente, e pede licença para ir ao banheiro. Lá, a figura, um membro da raça conhecida como o Silêncio (chamarei-os de Silences, para facilitar) espera por ela e destrói uma mulher inocente, apesar de Amy pedir pela vida dela. Logo entendemos (e Amy também) que os Silences apagam a si mesmos da memória dos seres humanos que encontram com eles, Amy puxa o celular dela e tira uma foto dele. Quando ela sai, ela esquece que o viu. Enquanto isso, o Doutor acha a localização da jovem em perigo: Um prédio próximo a Cabo Canaveral, Flórida, na interseção de três ruas, com nomes de presidentes americanos: Jefferson, Adams, e Hamilton. Por isso ela ligava para o presidente de então, Nixon. O Doutor e seus companheiros pegam a TARDIS e vão até lá, junto com um Canton Delaware muito curioso.
      Ao chegarem, eles encontram pedaços de uma roupa de astronauta, e tecnologia alienígena. River e Rory exploram uma vasta rede de túneis, que aparentemente espalham-se por todo o planeta, construído ao longo de centenas de anos, mas que sempre passou desapercebido pelos humanos. Ambos encontram uma sala de controle cujo design é muito parecido com a sala de controle que vimos no episódio da 5a temporada chamado "The Lodger", mas não se dão conta de que estão cercados pelos Silences. Enquanto isso, Delaware ouve um grito de uma menina, e corre na direção do grito. Amy e o Doutor os seguem, e ela para o Doutor para dizer algo que não tem muito a ver com o momento, mas vá lá... Ela está grávida. Rory é rápido, não? Quando eles chegam, Delaware está desacordado, e chega um astronauta. Sem pensar, Amy pega a arma de Canton e atira no astronauta. Mas ela vê depois que quem está dentro daquela roupa é a menina que gritou.

    E começa aqui a 6a temporada de Doctor Who, logo com momentos dignos de evaporar cérebros, explodir cabeças, derreter mentes ou a melhor opção que você tiver para dizer nesse momento: O Doutor morreu, voltou à vida, Amy está grávida, não sabemos quem é a garotinha... E estamos cheios de dúvidas. Se você quiser saber o que a gente sabia no momento em que vimos esse episódio, sugiro que você vá até o Universo Who e baixe o podcast no. 17 e ouça, vocês irão se deliciar... Ou não. E o que tem de teoria... Eu, pelo menos, não estou fazendo muitas, prefiro ser surpreendido. E o diálogo de Nixon com Canton é ótimo:

    - Nixon: "Bem, o senhor sabe que não fostes a minha primeira opção para essa missão."
    - Canton: "Tudo bem, o senhor não foi a minha primeira opção como presidente..."

    Bem, vamos às curiosidades? E tem muitas:
    • É fato de que a BBC agora quer fazer com que Doctor Who torne-se popular nos Estados Unidos, e nada melhor do que um episódio centrado no país da América do Norte, trazendo inúmeros elementos da sua cultura como: o restaurante de beira de estrada, o Stetson, o ônibus escolar amarelo, o carro (um Edsel Villager), entre outros. Também foi trazido elementos da história recente dos EUA, como a ida do homem à Lua. A BBC America agora exibe o episódio nos EUA simultaneamente ao Reino Unido, e espero que a audiência seja boa por lá também.
    • O episódio amarra-se ao arco da 5a temporada, chamado o "Silêncio vai cair". Dispensável dizer que quem é o Silêncio agora, né? O primeiro episódio onde essa fala é citada, é no 1o episódio da 5a temporada, "The Eleventh Hour", e repetida ao longo da temporada. Steven Moffat não explicou quem é o Silêncio, mesmo quando a temporada terminou, o que é um fato inédito em Doctor Who: Pela primeira vez um mistério passa de uma temporada para outra, quebrando o paradigma de que cada temporada é auto-contida (as temporadas do Russell T. Davies são auto-contidas sim, só que pontas foram soltas para que fossem resolvidas em outras temporadas. Não foi um mistério grande). 
    • River Song fala para Rory que ela e o Doutor estão viajando pelo tempo em "direções opostas". Ela fala que chegará o dia em que "ele olhará nos meus olhos, e não terá a menor ideia de quem eu sou. E eu acho que isso irá me matar". Vale lembrar que na 4a temporada, o Décimo Doutor encontrou com River Song pela primeira vez (pela perspectiva dele) ou pela última vez (pela perspectiva dela). No final do episódio duplo "Silence in the Library/Forest of the Dead" (escrito por Steven Moffat), ela morre mas a sua consciência é preservada dentro do computador da Biblioteca.
    • A TARDIS já ficou invisível outras vezes, mas por causa de defeito no seu estabilizador visual. Isso ocorreu com o Segundo Doutor (Patrick Troughton)
    • Quando Canton sai da TARDIS, o Doutor fala a ele "Coração valente, Canton". O Quinto Doutor (Peter Davidson) falava a mesma coisa para o companheiro Tegan, "Coração valente, Tegan."
    • Quando Amy pede ao Doutor mais jovem para acreditar nela, ele pergunta a ela se ela pode jutar sobre algo que realmente importa. Ela pensa, sorri e responde: "Pedaços de peixe e maizena", que são eventos do primeiro episódio da 5a temporada "The Eleventh Hour", quando Amy e o Doutor se encontram pela primeira vez, e ela ainda é chamada de Amelia e tem 7 anos.
    • Em 25 de março de 2011, uma cena foi divulgada, como prequel da temporada. Nela, Nixon recebe o telefonema da garotinha, que pede que ele olhe para trás, e ele pergunta a ela como conseguiu o seu número. Ela diz que o "homem do espaço" deu a ela. Ela fala de monstros, e ele diz: "Senhorita, não há monstros no Salão Oval". Ele desliga, senta-se e atrás dele vemos um ser vivo, fora de foco.
    • Moffat decidiu começar com um episódio duplo para aumentar a gravidade dos fatos, e ampliar o escopo da trama, assim como fazer alguns dos episódios mais obscuros da temporada.
    • "The Impossible Astronaut" e "Day of the Moon" são o primeiro caso de um episódio duplo abrir a temporada desde a temporada de 1985, com o Sexto Doutor (Colin Baker).
    • No Doctor Who Confidential, Moffat declarou que esse é um dos mais sombrios da temporada, mas mesmo assim continua o humor (ele tem origem em programas de humor, caso alguém ainda não saiba). 
    • Segundo Moffat, mostrar a morte do Doutor é mostrar que os Senhores do Tempo não são invencíveis, mas podem morrer se forem executados durante a regeneração.
    • Os Silences são novos vilões, que rivalizam com os antigos em termos de "causar medo nas pessoas". 
    • Ah, os Silences foram inspirados na imagem do quadro de Edvard Munch,chamado O Grito.
    • Mark Sheppard, que eu lembrava de vê-lo como o advogado de Gaius Baltar em Battlestar Galactica, mas fez também aparições em Firefly, Supernatural e Warehouse 13, foi anunciado em outubro de 2010 como alguém que apareceria na série. E ele foi Canton Delaware III. 
    • O mesmo Mark Sheppard disse que ser Canton é um "emprego dos sonhos", e que adoraria aparecer em outra produção de Moffat, no caso Sherlock.
    • Apesar de Mark Sheppard ser inglês, é a primeira vez em que ele aparece numa produção britânica. 
    • E quem faz o Canton Delaware III em 2011 é o pai de Mark Sheppard, William Morgan Sheppard, por sugestão do filho. 
    • Stuart Milligan, que faz o presidente Nixon, é americano e gostou muito de ter feito o papel. Ah, ele fez a voz do Coronel Stark na animação de Doctor Who chamada "Dreamland".
    • Stuart Milligan colocou um monte de próteses (como o narigão, as orelhas e as bochechas de buldogue de Nixon), e ele já foi outros presidentes americanos em produções para a TV, como Dwight D. Eisenhower. Ele tentou imitar o jeito de Nixon de falar, mas achou muito difícil, dado que ele usava dentes falsos também.
    • O episódio duplo foi rodado em locações nos EUA. No passado (como o filme de 1996), houve cenas rodadas no Canadá, ou filmagens feitas pela segunda unidade de produção em Nova York e na Estátua da Liberdade (como no episódio da 3a temporada "Daleks in Manhatan").
    • A roupa de astronauta é uma réplica da roupa usada pelos astronautas da Apollo XI, feita para o episódio. É à prova de água. 
    • Karen Gillian não fingiu quando viu o Doutor ser morto. Ela se desesperou mesmo.
    • O Salão Oval foi replicado nos mínimos detalhes, nos Upper Boat Studios no Pais de Gales. O restaurante americano existe, e está localizado na Baía de Cardiff, País de Gales.
    • O filme de O Gordo e o Magro, The Flying Deuces, teve o Doutor inserido artificiamente com Matt Smith dançando em frente a uma tela verde.
    • O episódio inicia homenageando Elisabeth Sladen, a eterna companheira querida do Doutor, Sarah Jane Smith (e que protagonizou um spin-off de Doctor Who, The Sarah Jane Adventures), falecida na mesma semana, vítima de um câncer. 
    • Nos EUA, esse episódio bateu o recorde de audiência da BBC America, com 1,7 milhão de espectadores. No Reino Unido, 8,87 milhões o viram. 
    •  
    Chega de falatório, e vamos para a segunda parte, que ainda é mais explosiva do que a primeira. Duvida? Bem, o episódio começa com mais 3 mortes, não só a do Doutor. E vemos a Àrea 51, Nixon novamente, a garotinha... Ah, espera aí que eu volto na semana que vem. Gerônimo!

    terça-feira, 7 de junho de 2011

    Doctor Who 2005 - 6x01/2 "Space" e "Time"

    "Space" e "Time" são dois mini-episódios da série, exibidos em 18 de março de 2011, pela BBC One como parte do Teletom para o evento de caridade Comic Relief. Eles formam uma história em duas partes. Vamos a eles:

    O episódio começa com Amy tentando atrair a atenção do Doutor, enquanto ele conserta a TARDIS. Ela descobre que Rory está ajudando o Doutor, instalando acoplamentos térmicos embaixo do chão de vidro da sala de controle da nave. Eles discutem, quando a TARDIS sacode e as luzes se apagam. O Doutor pergunta a Rory se ele derrubou um dos acoplamentos térmicos, o que ele admite que fez e pede desculpas por ter feito. Amy também pede desculpas, e diz ao Doutor que Rory estava olhando por baixo da sua (mínima) saia através do chão de vidro quando derrubou o acoplamento térmico (safadeeeeeeenho!).
    O Doutor percebe que eles pousaram, já que o sistemas da nave ativaram a "materialização de emergência", onde a TARDIS pousa no ponto mais seguro do espaço que está disponível. As luzes acendem-se, e eles descobrem que há uma outra TARDIS dentro da sala de controle! Ou seja, a TARDIS se materializou dentro dela mesma (o que rende um monte de paradoxos). O Doutor entra pela TARDIS que está na sala de controle, e logo entra pela sala de controle da TARDIS externa, entrando pela porta de entrada. Eles estão presos num "laço espacial", e que nada pode entrar ou sair da TARDIS. Apesar do Doutor ter dito isto, uma outra Amy entra pela porta da TARDISdizendo "Ok, garotos, agora é aonde tudo fica complicado".

    No episódio "Time", a segunda Amy revela que ela é de alguns momentos no futuro, e é capaz de entrar na TARDIS externa porque "o casco exterior da TARDIS abriu-se para fora do tempo". A segunda Amy sabe o que dizer, e o faz, porque, pela perspectiva dela, o que ela está fazendo é repetir o que ela disse ainda há pouco. O Doutor envia a primeira Amy para a TARDIS interna, de forma a "manter a linha do tempo" (nas palavras dele). Ambas se entreolham quando a primeira sai, mas pouco tempo depois, pela porta da TARDIS externa entram Rory e Amy. Eles explicam que o Doutor, pela perspectiva deles, mandou-os para a TARDIS interna. O Doutor envia o primeiro Rory e a segunda Amy para a TARDIS interna, e explica que ele vai montar uma "implosão temporal controlada", para "resetar a TARDIS". Só que, para isso, ele precisa saber qual alavanca ele usará no painel de controle (ihhhh). Logo depois dele ter falado isso, outro Doutor (oh, não!) entra pela porta da TARDIS externa, e fala para ele usar o Moments after he speaks, another Doctor walks though the outer TARDIS door and tells him to use "a alavanca esquisita" (wibbly não tem tradução). Ele rapidamente a puxa, e entra na TARDIS interna para dizer ao seu eu do passado qual alavanca deve puxar. A TARDIS interna desmaterializa, enquanto a TARDIS externa faz o mesmo. Por fim, o Doutor certifica-se de que Amy e Rory estão bem, e sugere a Amy usar calças.

    Dois episódios curtos, e que fazem uma história simpática, auto-contida e exibida num especial da televisão. Muito divertido, e vamos para as curiosidades:
    • Não é de hoje que temos especiais de Doctor Who para eventos de caridade. Aqui vai uma lista de ocorrências:
      1. Comic Relief de 1999 (The Curse of Fatal Death)
      2. Children in Need de 2005 (Doctor Who: Children in Need).
      3. Children in Need de 2007 (Time Crash).
      4. No Comic Relief de 2009, quem fez o especial na verdade foi o spin-off The Sarah Jane Adventures, com o episódio From Raxacoricofallapatorius with Love
    • Curioso é que o terceiro especial envolvia também um laço temporal (ou um loop temporal, como queiram), só que o Quinto e o Décimo Doutores (Peter Davidson e David Tennant, ou como podemos dizer... Sogro e genro, né?) se encontravam. 
    • Os especiais de 1999 e de 2007 foram também escritos por Steven Moffat. Legal, não?
    • Uma TARDIS se materializar dentro de outra, já aconteceu antes, não é novidade (também, com mais de 30 temporadas, fica difícil fazer algo que não ocorreu, né?). Isso já aconteceu com o Terceiro Doutor (Jon Pertwee) e o Quarto Doutor (Tom Baker). Foram os episódios The Time Monster e Logopolis. Mas em ambos os casos, foi a TARDIS do Mestre que se materializou dentro da TARDIS do Doutor. Nesse caso, foi recursivo.
    • O Doutor usa a analogia da curvatura de uma banana, para explicar a Rory sobre "espaço conceitual", o que é uma piada recorrente desde o Nono Doutor (Christopher Eccleston)
    • Amy fala a mesma frase que usou no episódio "The Big Bang", quando ela teve que lidar com ela mesma em dois lugares, devido a um paradoxo quase apocalíptico. 
    • Quer ver? A BBC One colocou no seu canal do YouTube. Tá aqui, ó: Space e Time.
    Depois disso, vamos para a 6a temporada, propriamente dita. E ela começa com um episódio duplo, para chutar logo as bundas de todo mundo, e um vilão novo (o que eu não gostei). Então, até semana que vem, e... Gerônimo!

      quarta-feira, 1 de junho de 2011

      Doctor Who 2005 - 6x00 - "A Christmas Carol"

      Tudo começa com uma nave de passageiros espacial (algo como um cruzeiro), levando mais de 4000 pessoas a bordo, são pegos por uma tempestade eletromagnética, gerada por uma estranha nuvem que está permanentemente sobre um planeta habitado por seres humanos. Isso já é ruim, mas ainda piora: Amy e Rory estão dentro dessa nave, passando a sua lua-de-mel. Os controles sofrem interferência dessa nuvem, e a nave começa a cair. Amy entra em contato com o Doutor, que não pode usar o (ou a) TARDIS para salvar a nave, e  o jeito é investigar e tentar entender o que essa nuvem tem a ver com o problema.

        Ao chegar no planeta, o Doutor encontra uma torre em forma de pináculo (um obelisco, por assim dizer) no centro de uma grande cidade, e esse pináculo está gerando essa nuvem, que influencia na atmosfera e provoca a queda da nave. O proprietário do pináculo (e posteriormente vemos, da maior parte da cidade) é o amargo e impertinente Kazran Sardick, um homem idoso que recusa-se a operar os controles isomórficos (significa que só podem ser operados por ele) para desativar o obelisco e permitir que a nave pouse em segurança. O Doutor, numa verve sherlockiana (deve ser influência da série "Sherlock", que Steven Moffat escreve com Mark Gatiss), observa que Kazran tem medo do seu pai, que é quem construiu o pináculo. Assim, o nosso Doutor favorito cria um esquema, baseado em "Um Conto de Natal", de Charles Dickens, para "salvar" Kazran. Sim, ele é Ebenezer Scrooge na história.

        Assim, com a ajuda da TARDIS, o Doutor vai até o passado de Kazran, quando ele era um garoto, que descobria a capacidade única da atmosfera do planeta de permitir que peixes nadem no ar. Os experimentos que o Doutor realiza com Kazran levam a um ataque de um tubarão (!), que gera um revés: A chave de fenda sônica do Doutor é engolida pelo voraz predador... Dos ares (!!). O Doutor recupera uma parte da chave de fenda sônica, e o tubarão é ferido, sem ser capaz de nadar de volta para a atmosfera. Kazran propõe uma solução para o novo... Amigo: Uma sala criogênica, mantida por seu pai, com cápsulas individuais. Seu pai mantinha essa sala para guardar pessoas, que ficavam como garantia para o pagamento de dívidas. Funcionava assim: Você pegava dinheiro emprestado com o pai de Kazran, e deixava seu filho ou filha nessa sala criogênica, como garantia de que irá pagar a dívida assumida. Pagando a dívida (e os juros, claro), a pessoa é tirada da cápsula e devolvida à família. Cruel, não? Entre essas pessoas, está Abigail, uma bela jovem por quem Kazran está encantado. Ela é liberta, e canta para acalmar o tubarão, enquanto o Doutor usa a cápsula dela para levar o tubarão de volta à atmosfera. Quando Abigail é colocada de volta na cápsula, eles prometem vê-la toda véspera de Natal, para passarem esse dia juntos. O Doutor mantém a promessa, e com a ajuda do TARDIS, ele salta para cada ano, estando lá a cada véspera de Natal, e ele assiste o florescimento do amor entre Kazran e Abigail (Abigail sempre dizia quando a cápsula era aberta: "Doutor! Kazran!". Conforme ele vai envelhecendo, ela inverte a fala, chamando por ele primeiro).

        Só que depois de uma visita, Abigail chama Kazran e conta a ele um segredo, que faz o já adulto senhor da cidade pedir ao Doutor que pare de realizar a prática do Natal e decidir deixar Abigail congelada permantentemente. No presente, o velho Kazran sente-se agradecido com as memórias novas, mas ainda assim é amargo com o destino de Abigail e recusa-se a ajudar a salvar a nave.

        O velho Kazran é visitado pelas imagens holográficas das pessoas de dentro da nave, no presente, e eles começam a cantar cânticos de Natal (!!!). Na verdade, eles notaram o efeito que o canto de Abigail teve, e vêem que cantar pode ajudar a estabilizar a nave - mas não a previne de cair. Amy aparece para Kazran e implora por ajuda, mas ele dá de ombros e ignora os hologramas. Aí vem o Doutor, e Kazran conjectura que o Senhor do Tempo veio mostrar a ele como será o seu futuro, de que ele morrerá velho, amargurado e sozinho; mas ele revela que Abigail tem uma doença incurável, e que ela só teria mais um dia de vida (lembra do contador que aparecia na cápsula? Era a contagem dos dias de vida dela). Como ele não pode decidir qual dia será, Kazran castiga o Doutor, por acreditar que ele poderia mudar a sua mente. Só que, sem o velho Kazran saber, o Doutor trouxe o jovem Kazran com ele. O jovem ouviu o que o velho disse, viu o seu futuro amargo e solitário, e decidiu mudar a sua vida de rumo, fazendo com que o velho imediatamente mudasse de rumo também. Finalmente, ele concorda em desligar os controles para salvar a nave.

        Alegria, deu tudo certo... Ou não: Devido a sua mudança, Kazran agora não pode mais operar os controles do obelisco, mas o Doutor executa uma solução: Abigail cantará, usando uma metade da sua chave de fenda sônica, que está com ele. A outra metade está ainda dentro do tubarão (que se estiver vivo, estará bem velho), e irá reverberar na atmosfera e desfazer a tempestade, e finalmente a nave poderá pousar em segurança. Kazran liberta Abigail, sabendo que essa será a sua última vez, e após lágrimas (deles e nossas!) Abigail lembra ele que eles tiveram várias vésperas de Natal juntos, mas agora é hora de vir o Dia de Natal. O plano dá certo, e a nuvem resultante cria flocos de neve, que caem sobre a cidade. O Doutor reencontra-se com Amy e Rory, e prepara-se para levar o jovem Kazran para o passado. Enquanto isso, o velho Kazran e Abigail aproveitam um último passeio de charrete puxada por tubarão juntos.



      Você chorou? Eu também. A história é linda, se você deixar a ranzinzice de lado e o purismo de fã... Deixe-se encantar pela magia da nova versão de Charles Dickens. Claro que tubarões voadores, só no disco do Arrigo Barnabé, ou na lendária banda de Itaboraí, RJ (que, dizem, nunca gravou um disco). Os cânticos de Natal para estabilizar a nave foram estranhos, e tem a quebra de continuum espaço-tempo, do jovem e do velho Kazran se encontrando (vai diretamente de encontro com o episódio "Father's Day", de 2005). Mas como foi dito por nós no Universo Who Podcast, se é para contar uma boa história, que se dane ser certinho.

      A personagem Abigail (Katherine Jenkins), na verdade é cantora lírica na Inglaterra, logo os dotes vocais dela (além de outros, aham...) foram enfatizados. Kazran é feito por nada mais, nada menos que Michael Gambon. Sabe quem ele é? Bem... Você assistiu algum dos filmes do personagem Harry Potter? Pois é, ele é Alvo Dumbledore. Sim, com aquela barba toda fica difícil reconhecer, mas se você reparar nos olhos, vai notar que aquele velho ranzinza é familiar.

      Bem, eu adorei o episódio, e se quiser saber mais o que achamos, vai lá no Universo Who e ouça o podcast correspondente. Vamos às curiosidades:
      • Amy aparece vestindo a roupa de policial feminina, que ela é primeiro vista em "The Eleventh Hour", o primeiro episódio da 5a temporada. Rory, por sua vez, é visto trajando um uniforme de centurião romano, tal qual em "The Pandorica Opens", no final da 5a temporada. Fetiches? Não sei.
      • O Doutor já encontrou-se com Charles Dickens, o autor da história original. Lembra-se? Foi em "The Unquiet Dead", 3o episódio da 1a temporada da retomada, em 2005.
      • Em várias das Vésperas de Natal, o Doutor, Kazran e Abigail estão usando longos cachecóis listrados, que é uma marca registrada do Quarto Doutor, Tom Baker. Ambos (o Doutor e Kazran) também aparecem usando cada um um fez, um item que o Doutor passou a incorporar ao guarda-roupa no episódio "The Big Bang", no final da 5a temporada.
      • Controles isomórficos não são exatamente uma novidade em Doctor Who, são citados em episódios da série clássica, como "Pyramids of Mars", entre outros. No final da 3a temporada, no episódio"Last of the Time Lords", o Mestre tem uma chave de fenda laser com controles isomórficos.
      • Durante uma das viagens do Doutor com Kazran e Abigail, eles encontram-se com Frank Sinatra e o Doutor se casa com Marilyn Monroe, mas ele diz que não valeu porque a cerimônia não ocorreu numa capela legítima. Isso foi em 1952, e o Doutor veste um terno branco. Ah, houveram fãs que foram na Wikipédia e modificaram o verbete da Marilyn Monroe, citando o fato. Infelizmente já tiraram, mas dizia que "ela casou-se com um estranho simpático e de gravata borboleta, mas o casamento foi invalidado". 
      • Há sugestões, de que o Doutor casou-se outras vezes, e foi levantado no episódio "The End of Time". Também há sugestões de que ele tenha se casado com a Rainha Elizabeth I, que também foi citado por Liz 10 no episódio "The Beast Below" e ventilado pelo Senhor dos Sonhos em "Amy's Choice".
      • Arthur Darvill (Rory) é incluído nos créditos iniciais, pela primeira vez desde que ele começou a participar de "Doctor Who".
      • Steven Moffat, roteirista do episódio e produtor da série, definiu o episódio como: "São todos os seus filmes favoritos de Natal, juntos, em uma hora, com monstros. E o Doutor. E uma lua-de-mel!".
      • O episódio foi rodado em julho e agosto de 2010, em Cardiff, País de Gales.
      • No dia de Natal de 2010, foi o 2o programa mais visto da TV britânica, fechando como o 4o episódio de "Doctor Who" mais visto, desde 2005.
      • Este foi o primeiro episódio de "Doctor Who" que passou simultaneamente no Reino Unido e nos Estados Unidos, como parte da iniciativa da BBC America de levar o Doutor aos que ainda não o conhecem. Já na Austrália, passou no dia seguinte. No Brasil... Está que nem o Sarney: Nada.
      Então é isso, e semana que vem voltamos com mais uma resenha do nosso querido Doutor, falando de 2 mini-episódios e esquentando as chaves de fenda sônicas para a retomada da série, na 6a temporada. Ouçam o Universo Who Podcast, comentem no site, e vamos que vamos. Gerônimo!