O Doutor e Martha escapam por pouco do ataque de um grupo chamado a Família de Sangue. Eles querem a força vital de um Senhor do Tempo para conseguir evitar a sua própria morte, que é próxima. O Doutor direciona o TARDIS para a Terra, e explica o seu plano à Martha: Ele transformará-se em um humano, e ficará escondido como tal por 3 meses, até que a Família não o encontre e morra. Ele passa a Martha um conjunto de instruções a serem seguidas, e usa o Arco Camaleão para transferir a sua essência de Senhor do Tempo para um relógio de bolso, que Martha deve guardar.

Eles chegam no ano de 1913, um ano antes da Primeira Guerra Mundial, e o Doutor torna-se John Smith, um professor de um internato para rapazes, a Farringham School. Martha torna-se a sua empregada. A personalidade de John é quase oposta à do Doutor: Tímido, quieto, quase imperceptível. Mas algumas memórias tênues do Doutor escapam, surgindo como texto e imagens, que ele registra no "Diário de Coisas Impossíveis", um caderno de anotações que ele guarda. Sim, John não sabe de nada, só Martha guarda o seu segredo. O relógio de bolso está em sua posse, mas um filtro de percepção impede-o de ser curioso quanto ao relógio. John aproxima-se da nova enfermeira da escola, Joan Redfern, e compartilha suas anotações com ela; Martha preocupa-se, já que nas instruções não estava escrito como proceder caso John Smith apaixone-se. Timothy Latimer, um jovem estudante da escola, possuidor de percepção extrasensorial, descobre o relógio de bolso e o surrupia, sem que Martha perceba.

Enquanto isso, a Família de Sangue vem até a Terra. Eles escondem a nave com uma camuflagem de invisibilidade. Os membros da família procuram por vítimas humanas para possuir, e são: Um aluno representante, uma das empregadas que trabalhavam próximo à Martha, e uma menina que leva um balão de gás. Assim eles podem perseguir o Doutor sem que eles percebam. Logo eles reconhecem Martha, e tentam descobrir mais informação a respeito do Doutor. Eles nunca o viram, mas sabem que ele está lá. Martha percebe o perigo e tenta achar o relógio para trazer o Doutor de volta, mas não o encontra (claro, o Tim palmeou ele...).

A Família o encontra e tenta recuperar o relógio, para assim trazer o Doutor de volta. Mas não acharam o relógio. Martha tenta acordar a personalidade do Doutor em John, mas só consegue irritá-lo, demitindo-a. À noite, ele irá com a enfermeira, Joan, num baile na vila próxima ao internato. Lá, Martha tenta convencê-lo novamente de quem ele é, mostrando coisas do passado, como a sua chave de fenda sônica. Só que a Família ouviu tudo, e descobre que John é o Doutor. Assim, eles capturam Martha e Joan, e lançam a um atônito John a pergunta: "A servente ou a governanta? Sua amiga ou sua amante? Você decide!" E fecha o episódio (sim, esse é um duplo).

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A gente que gosta de Doctor Who decepciona-se um pouco com esse episódio porque queremos ver o Doutor em ação, e John Smith é outra pessoa compartilhando o corpo do nosso Senhor do Tempo favorito. Sim, ele aparecerá novamente, no próximo episódio. Mas por enquanto, podemos ver a versatilidade do David Tennant como John Smith/Doutor, duas personalidades distintas... Tirando isso, temos uma ambientação curiosa, o período (1 ano antes do início da Primeira Guerra Mundial), um garoto com PES, a enfermeira viúva que se apaixona por John... E só.
Na minha opinião, é um episódio... De médio para bom. Não me empolgou muito, e eu acabei cansando da lenga-lenga e mimimimi do John. Claro, é interessante o Doutor fugir, e não fugirem dele. Mas o próximo episódio melhora a coisa, torna o conjunto mais interessante. Então, vamos às curiosidades:

• Esse processo que o Doutor usou para se disfarçar aparecerá ainda nessa temporada, no final dela.
• O Diário de Coisas Impossíveis guara referências a quase tudo que vimos nas últimas temporadas: O interior e o exterior do TARDIS, uma chave de fenda sônica, o cão-robô K-9, Rose Tyler, os Autons, os Andróides no episódio da Madame de Ponpadour, os Cybermen, os Daleks (claro!), o Moxx de Balhoon, um Slitheen, um zumbi Chula, do episódio duplo da primeira temporada "The Empty Child"/"The Doctor Dances". Há desenhos de todas as regenerações anteriores do Doutor (inclusive a Oitava, do filme de 1996). O relógio que guarda o segredo também está lá.
• John Smith fala dos seus "pais", Sydney e Verity, mas na verdade o TARDIS criou essa história pessoal para ele. Só que esses são Sydney Newman, o possível criador da série, e Verity Lambert, a primeira produtora. Uma homenagem.
  
• Quanto Timothy abre o relógio, vários clips de cenas das temporadas anteriores. A voz que vem do relógio menciona "você não está sozinho", que é a última mensagem dada pela Face de Boe ao Doutor.
  
• A enfermeira Redfern fala que: "O Doutor tem um olho bom para senhoritas bonitas", and "uma garota em cada lareira". Esta é uma referência à Madame de Pompadour do episódio "The Girl in the Fireplace"
• Quando perguntado onde fica Gallifrey, John diz que fica na Irlanda. Só que isso não é a primeira vez que é afirmado na série.
• Há um livro com essa mesma história, só que foi com o Sétimo Doutor e outra companheira, Bernice Summerfield. Há muitas diferenças, mas não vou listar aqui.
• Tim é forçado a traduzir Latim, e são poemas de Catullus.
• Smith dá uma aula sobre a Batalha de Waterloo no início do episódio.
  
• Um pedinte pede esmolas para os "veteranos da (Guerra da) Criméia" (1854–56).
• A Segunda Guerra dos Boers e a ocupação da África do Sul pela Inglaterra é muito citado nesse episódio.
  
• Ambos os episódios (esse e o próximo) exploram preconceito (de raça, gênero e classe social).
  

Bem, chega. No próximo episódio, o Doutor está de volta, e o bicho vai pegar. Até lá!