quarta-feira, 3 de março de 2010

Doctor Who 2005 - 4x08 - "Silence In The Library"

Posted on 01:11 by Unknown

O Doutor e Donna chegam ao século LI (51, o mesmo século de origem do Capitão Jack Harkness), num depósito de livros de escala planetária, chamada simplesmente de "A Biblioteca". Um planeta-biblioteca, eu diria. Eles chegaram lá a partir de um pedido de socorro que surgiu no papel psíquico do Doutor. Só que eles a encontram completamente vazia, sem nenhum ser humano: Mesmo quando o Doutor pergunta ao sistema de computadores sobre vida não-humana, ele responde: "Milhões e milhões de formas de vida". Mas cadê tanta vida?

Existem no planeta-biblioteca (de nome até aqui desconhecido) os Nodes, que são dróides de comunicação com a função de facilitar a comunicação com os humanos. Eles apresentam faces humanas, de pessoas que doaram suas feições faciais para que os Nodes fossem feitos. Um deles os alerta para tomar cuidado com as sombras, que aparecem mesmo com a falta de objetos para gerá-las.

Enquanto eles tentam descobrir respostas, eles encontram uma equipe de exploradores, liderados pela arqueóloga River Song, que veio aferir o significado da última comunicação enviada pela Biblioteca (ahá, esse é o nome!): "4022 salavos, sem sobreviventes". River Song parece conhecer o Doutor:

  • Ela tem um diário, cuja capa é semelhante ao TARDIS do Doutor.
  • Ela possui uma chave de fenda sônica. Mas o Doutor jamais daria a sua chave de fenda a ninguém.
  • Ela mostra que tem conhecimento sobre o TARDIS, inclusive sobre o "programa de emergência um".
  • Ela sabe o nome verdadeiro do Doutor. Quando ela o fala no seu ouvido, ela ganha a sua confiança imediatamente.
Ela admite que conhece o Doutor, mas ele só a conhecerá no seu futuro relativo. Com ela, o Doutor é passado. Mas ela não revela mais nada, para não atrapalhar o futuro (alerta de spoilers!). Ela também reconhece o nome de Donna, mas evita explicar porque ela não estava presente quando ela conheceu o Doutor.

O Doutor organiza a equipe para verificar que a área é iluminada. Enquanto isso, ele explica: Eles estão cercados pelo Vashta Nerada, criaturas microscópicas e carnívoras, que disfarçam-se como sombras, para aprisionar e caçar suas vítimas. Ele também nota que eles não são lá muito agressivos, ou tão numerosos assim. Enquanto ele divaga, um membro da equipe de Song (senhorita Evangelista) é devorada até os ossos em questão de instantes.

A equipe de exploração carrega dispositivos de comunicação que está ligado diretamente ao seus sistemas nervosos, e a comunicação é a nível do pensamento. Em contrapartida, esses dispositivos tendem a reter uma impressão do usuário no momento da morte, criando um "dado fantasma" da consciência daquela pessoa, que é capaz de se comunicar com os vivos (sem saber que estão mortos). Mas logo dissipa-se, e o sinal é quando simplesmente repete a última coisa dita, ou começa a falar besteiras.

Ao longo da narrativa, vemos que os sistemas da Biblioteca estão ligadas à imaginação de uma menina, que é vista ao longo da narrativa:
  • Ela vê o Doutor e Donna através dos olhos de uma câmera de segurança, quando eles chegam até a sala de controle.
  • Quando o Doutor tenta invadir os computadores da Biblioteca, a equipe de exploração aparece na sua televisão.
  • Livros voam das suas prateleiras quando ela mexe com o controle remoto da TV.
A menina está sob a observação do Dr. Moon, um psicólogo infantil, a pedido do seu pai. Mas o Dr. Moon insiste ao falar com a menina que o que ela imagina, os seus pesadelos são de fato reais, enquanto o mundo real é uma mentira. Ele afirma também que há pessoas na Biblioteca que precisam ser salvas: "As sombras estão se movendo".

De volta à Biblioteca, a investigação da equipe é interrompida quando uma sombra dos Vashta Nerada ataca o piloto, Dave. Enquanto o Doutor tenta salvá-lo, selando-o dentro da sua roupa espacial, as criaturas conseguem entrar, comem-no vivo (ugh) e animam o que sobrou para perseguir os outros exploradores. Um esqueleto ambulante. O Doutor tenta teleportar Donna de volta para o TARDIS, enquanto ele leva o resto da equipe para um local mais seguro, mas algo dá errado, e Donna não se materializa apropriadamente. Enquanto todos fogem, o Doutor vê algo que o deixa horrorizado: Um Node com o rosto de Donna, o que significa que Donna deixou a Biblioteca e foi salva. O episódio fecha com o Doutor sendo forçado a deixar o Node para trás, e sendo acuado pela roupa animada de um lado e uma sombra dos Vashta Nerada do outro lado.




Um episódio apavorante. Sufocante?. Sim, esse dá medo. Parece que o Moffat especializou-se em episódios amedrontadores, já que "Blink", da 3a temporada, fez a minha esposa assistí-lo sem apagar as luzes da sala. Puro medo. Mais um vilão introduzido por Moffat, os Vashta Nerada, com uma característica que não deve repetir-se tão cedo na série. Sim, foi a mesma fórmula do Blink. Também tem um quê de vai-e-vem temporal, com a Doutora River Song. E é um duplo, como foi o duplo da 1a temporada "The Empty Child / The Doctor Dances". Só por isso já faz o episódio ser bom.

Mas tem algo mais, e esse é a Doutora River Song. É realmente intrigante como alguém conhece tão bem o Doutor, e sabe tanto a respeito dele, coisas que nunca foram reveladas, e coisas que ainda irão acontecer. A chave sônica em sua posse, o nome verdadeiro do Doutor, o TARDIS que pode abrir as portas num estalar de dedos... Dá para ver que ela foi importante para o Doutor, no seu passado - e no futuro dele. Isso dá um quê a mais no episódio, e diverte.

A história fecha-se (numa queda não muito grande) no próximo episódio. Se eu gostei? Sim, gostei. Mas não é o meu favorito da temporada.

Vamos às curiosidades:

  • Alguns dos livros que aparecem nas estantes da Biblioteca são escritos por autores da série, ou tem relação com a mesma. Na lista, temos:
  1. O manual operacional do TARDIS;
  2. O livro "Origins of the Universe" (série clássica).
  3. O livro "The French Revolution" (série clássica).
  4. O livro "Journal of Impossible Things" (episódios "Human Nature"/"The Family of Blood").
  5. O livro "O Guia do Mochileiro das Galáxias" (u-hu! Esse foi escrito por Douglas Adams, que escreveu episódios de Doctor Who nos anos 1970 e 1980)
  6. O livro "Everest in Easy Stages" (série clássica).
  7. O livro "Black Orchid" (série clássica).
  • A arma usada por River Song foi semelhante à que Jack Harkness usou no episódio "The Doctor Dances". É sugerido pelo autor que o Capitão a esqueceu no TARDIS, e River Song pegou-a para si, no futuro do Doutor.
  • O papel psíquico já fez essa gracinha, de trazer o Doutor a um local desconhecido. No episódio "New Earth", a Face de Boe chamou o Doutor para o seu suposto leito de morte.
  • Mais uma vez o Doutor deixa escorregar que ele gosta de lojas pequenas, assim como ele fez nos episódios "New Earth" e "Smith and Jones"
  • Para fazer a Doutora River Song, inicialmente foi pensada em Kate Winslet, já que ela é inglesa e já trabalhou com Russel T. Davies. Mas eles escolheram Alex Kingston, que Davies particularmente adora.
  • Na questão do nome verdadeiro, explico: "Doutor", "Mestre" são títulos que os Senhores do Tempo dão a seus cidadãos, mas o verdadeiro nome de cada um não é falado, a não ser que o Senhor do Tempo estabeleça uma relação íntima com alguém, e aí ele o revele. O que nos leva a entender que... Falo no próximo post!
E a conclusão vem no próximo post. Apreensivo? Eu também. Allons-y!

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