quarta-feira, 24 de março de 2010

Doctor Who 2005 - 4x11 - "Turn Left"

Posted on 01:11 by Unknown

O episódio começa com o Doutor e Donna vagando por um mercado de rua, num planeta "oriental" chamado Shan Shen. Uma vidente persuade Donna a rever o seu passado, em específico, o primeiro evento que a levou a ter um encontro com o Doutor. Donna relembra de uma discussão com sua mãe, Sylvia, numa encruzilhada: Donna queria virar à esquerda, seguir para a H. C. Clements (empresa de seguros), e aceitar um emprego temporário. Sua mãe queria que ela virasse à direita, e aceitasse um emprego de secretária numa empresa de manutenção de máquinas de fotocópia. A vidente dá a ela outra chance, e faz com que ela vá para a direita: No momento em que ela faz isso, uma abelha prende-se nas suas costas.

Daí a narrativa segue um rumo alternativo aos eventos dos últimos 26 episódios: Donna nunca encontrou o Doutor. Ele morreu confrontando os Racnoss ("The Runaway Bride"). Subsequentemente, na falta do Doutor, Sarah Jane Smith e a sua companheira Martha Jones morrem durante o ataque dos Judoon ao Royal Hope Hospital, na lua ("Smith and Jones"). A equipe de Torchwood Três está presumidamente morta, enquanto tentou evitar uma invasão dos Sontarianos ("The Poison Sky"), e o pior: Londres é destruída por uma explosão nuclear causada pelo choque de uma nave espacial, o Titanic ("Voyage of the Damned"). Isso resulta numa distopia (o avesso da utopia), e milhões de pessoas morrem nos Estados Unidos, já que eles tornaram-se a alternativa para ser o novo berçário dos Adiposianos ("Partners in Crime"). Ao longo do episódio, várias pessoas, inclusive Rose Tyler, mostram interesse pela abelha invisível que está nas costas de Donna.

Rose fala para Donna da sua trajetória com o Doutor, e explica que ela é fundamental para salvar o Universo. Quando o avô de Donna, Wilfred Mott vê que as estrelas sumiram, Donna aceita o seu destino, e o pedido de Rose: Ela deve voltar no tempo e assegurar que ela, no passado, vire à esquerda no cruzamento. Com a ajuda de um destacamento da UNIT que analisou o que sobrou do TARDIS, Donna consegue materializar-se no passado, e para garantir que ela (no passado) vá entrar à esquerda, ela gera um engarrafamento, se colocando na frente de um caminhão. Assim, ela no passado vira à esquerda, e a linha temporal é restabelecida. Quando ela morre, Rose sussura no seu ouvido para substituir o Doutor.

A cena final é no planeta, de volta: As atitudes de Donna fazem a abelha cair das suas costas e a vidente fugir com medo. O Doutor aparece e examina a abelha; diz que ela é da "Brigada dos Trapaceiros", criaturas que mudam linhas do tempo de forma sutil. Ele diz que Donna criou um universo paralelo, e Donna relembra de Rose, cujas duas últimas palavras foram "Bad Wolf". O Doutor entra em pânico, sai correndo da sala da vidente para encontrar "Bad Wolf" espalhado por todo o canto. Ele entra no TARDIS, e um sino começa a tocar: O fim do Universo é iminente.


Esse episódio é uma prévia para o (ótimo) final de temporada que teremos a seguir, mas antes... É um episódio muito bom. Gosto da premissa do "What If", onde há especulações sobre se algo historicamente ocorresse diferente do que tinha sido planejado, e quais seriam as consequências. E aqui lembro-me do velho conto do Ray Bradbury, "A Sound of Thunder", onde uma pequena decisão influencia tudo, o que é uma das bases da Teoria do Caos. No caso da Donna, virar à esquerda significa a longo prazo, a sobrevivência da Terra. Também é bom ver novamente Rose, relembrar fatos sob uma nova ótica (Sarah Jane substituindo o Doutor), e finalmente, ver uma boa história. Mesmo quando o Doutor quase não aparece.
Vamos às curiosidades:
  • Esse episódio faz uma dobradinha com o anterior, "Midnight". Só que aquele é quase um episódio-solo do Doutor. Nesse, a Donna reina quase absoluta. Foi proposital.
  • O episódio foi escrito pelo Russel T. Davies, com base numa pergunta: A presença do Doutor causa ou previne a morte? David Tennant diz que o sentimento de culpa do Doutor é em grande parte pelas mortes não evitadas.
  • Notem que a Inglaterra cria campos de trabalho, semelhantes aos campos de concentração nazistas, na Segunda Guerra Mundial. Segundo eles, como os oceanos estão fechados para navegação, não há empregos, e o sentimento xenófobo ataca com força. Vemos isso na família Colasanto. Para pensar...
  • Rose volta! Viva! E sabiam que isso estava planejado desde a 2a temporada? Pois é... Foi tudo orquestrado para criar o suspense da volta dela. Mas é um fechamento em definitivo da personagem, nesse e nos próximos episódios.
  • O receio do produtor (que escreveu o episódio) era criar confusão, já que o episódio duplo do Steve Moffat ("Silence in the Library" e "Forest of the Dead") também mexem com universos "paralelos".
  • A "abelha do tempo", nas costas de Donna, só é percebida por personagens com capacidades psíquicas. Logo, Lucius, do episódio "The Fires of Pompeii", teria notado.
  • Ah, a Donna dirige um Peugeot 307, certo? Mas a Catherine Tate, a atriz que interpreta a Donna, não tem carteira de motorista!
  • Houveram dificuldades para filmar as cenas externas no planeta Shin Shen, como chuva e vários figurantes que caíram fora depois de um problema com o seu pagamento (ou seja, menos do que tinha sido prometido). É... Doctor Who também tem contenções de despesas!
  • Falando em contenção de despesas, esse episódio foi barato de ser feito porque muitas cenas de outros episódios foram reaproveitados.
  • "Bad Wolf" é um alerta para o Doutor, o que nos faz pensar no que virá no final da temporada... E sim, é um final fantástico.
Bem. É isso. E o que acontecerá? Semana que vem vocês lerão. Allons-y!

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