quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Doctor Who 2005 - 2x13 - "Doomsday"
O episódio começa com uma narrativa de Rose, num local desolado, em tons mais escuros (de forma a enfatizar o branco da pele dela), contando uma história (a história da Batalha de Canary Wharf), e dizendo que, naquele dia, ela morreu. Nesse momento, fumaça sai das orelhas de todos os fãs, e querem saber o que realmente aconteceu.
Voltamos para o presente, e começamos com a cena que fechou o episódio anterior: 4 Daleks, liderados por Dalek Sec (quem diria, os membros do Culto de Skaro tem nomes próprios, ao contrário dos outros Daleks), saem de dentro da esfera trazendo uma urna que lembra vagamente um Dalek. Sec adquire conhecimento da situação atual absorvendo as memórias do Dr. Singh, e matando-o logo depois. Nisso, ele fica sabendo que os Cybermen também iniciaram uma invasão à Terra, e envia Dalek Thay para investigar. Os Cybermen, que já tinham dominado Torchwood One, detectam a presença dos Daleks e oferecem-lhes uma aliança. Os Daleks, obviamente recusam e declaram guerra aos Cybermen. A pancadaria está solta, e toda a humanidade no meio do fogo cruzado.
O líder dos Cybermen é morto por um grupo avançado liderado por Jake, dos Pregadores (lembra-se dele?), e o Doutor é levado ao universo paralelo. Lá ele conversa com Pete Tyler, que explica que um dado momento, os Cybermen sumiram, e eles decidiram ir atrás deles com a ajuda do Instituto Torchwood de lá (lá, Torchwood não é secreto), que desenvolveu um medalhão que permite saltar entre os dois universos através da fenda. Só que, com a fenda aberta, a Terra paralela está sofrendo uma constante elevação de temperatura, o que vai fazer com que todos morram queimados em pouco tempo. É preciso fechar a fenda. Logo, eles voltam para tentar negociar uma trégua com os Cybermen.
Enquanto isso, ficamos sabendo (em parte) o que é a tal urna. É a Arca Gênesis, e que só pode ser aberta por um viajante do tempo. Mickey e Rose, que tem a pele impregnada de partículas e radiação temporal (táquions, talvez), podem abrí-la, já que ela foi desenvolvida com tecnologia dos Senhores do Tempo. Rose ainda provoca os Daleks, dizendo que ela matou o Imperador Dalek ("Parting of the Ways", final da primeira temporada), tudo isso para ganhar tempo.
O Doutor, descobrindo a origem desses Daleks (o Culto de Skaro), consegue fazer com que os Cybermen os ataque e defenda os humanos, enquanto todo mundo foge. Só que o Mickey acidentalmente ativa a Arca Gênesis, que sai voando do prédio e coloca-se no espaço aéreo sobre Londres. Ela precisa de uma área de cerca de 48 quilômetros quadrados para ser ativada. Ela abre, e finalmente entendemos o que ela realmente é: Uma nave-prisão, maior por dentro do que por fora (tecnologia típica dos Senhores do Tempo), que continha milhões de Daleks, presos durante a Guerra Temporal. Sim, abre-se a Arca e começa a chover saleiros gigantes sobre Londres!
Enquanto isso, o Doutor, Pete Tyler, Jake e outros voltam pela fenda. Pete salva Jackie (com direito a um diálogo curto mas simpático, de reencontro), e fogem para a sala onde está a fenda. O Doutor explica que, quem atravessou a fenda, está impregnado de radiação do Vazio (ou Limbo, como queiram), e que, se a fenda for aberta para o Vazio, esses que estão "sujos" serão sugados para lá. Só que Rose e Mickey também estão impregnados, logo estão vulneráveis.
Pete, Jackie e Rose atravessam para a Terra paralela, junto com Mickey, mas Rose decide que quer passar a vida com o Doutor ao invés da sua família e volta. O Doutor usa duas travas magnéticas para eles se segurarem e não serem tragado pela fenda quando ela for aberta. E ela é aberta, Daleks e Cybermen começam a ser violentamente sugados para a fenda. Rose segura firme, mas não aguenta, escorrega... E Pete, na última hora, aparece para segurar a filha antes dela ser tragada para o Vazio, e salta para a Terra paralela. A fenda é selada. Os Daleks e os Cybermen são levados para o Vazio entre os dois universos. Rose chora, se desespera, por estar presa nesse outro mundo, longe do Doutor.
Fechando o episódio (e já temos gente chorando nesse momento), Rose sonha com a voz do Doutor chamando-a. Ela acorda os pais, chama Mickey, pegam um carro e viajam para encontrar a origem da voz. Eles a encontram numa baía na Noruega (Darlig Ulv Stranden, "Lobo Mau" em norueguês), e lá ela vê uma imagem do Doutor. Ele está no TARDIS, ao redor de uma supernova, sugando a sua energia para poder enviar um sinal através de uma das últimas fendas existentes ntre os dois universos. Eles tem 2 minutos para conversar. O Doutor fica sabendo que Rose reatou com o Mickey, e ela vai ganhar um irmão ou irmã - a mãe está grávida de 3 meses. Ela voltou a trabalhar na loja, está ajudando o Instituto Torchwood daquele universo... O Doutor conta que, no nosso universo, ela e a mãe foram dadas como mortas. Rose rompe em lágrimas, falando aquilo que todos nós já sabíamos: "Eu amo você". O Doutor emociona-se, enche os olhos de lágrimas, prepara-se para responder a declaração de amor... E a fenda se fecha.
O Doutor, transtornado, recompõe-se, traça uma nova rota para o TARDIS... E surge uma mulher ruiva, vestida de noiva, perguntando a ele quem ele é e onde ela está. Essa é a deixa para o especial de Natal de 2006, "The Runaway Bride".
Não tem uma pessoa que acompanhe a série e não se emocione com esse momento final desse episódio. Minha esposa chorou escancaradamente. Eu me entristeci com o fato, mas a profecia do Doutor, no final de "Fear Her", concretizou-se: Vieram tempos negros sobre eles, e que separaram-os. O episódio em si, fecha de uma forma fantástica a 2a temporada, e ensina a escritores de ficção científica como devem ser feitos textos usando universos paralelos: Sem esticar muito nem criar muitas complexidades, mas manter várias semelhanças com o universo atual. Feijão-com-arroz. Se os roteiristas de Star Trek aprendessem, episódios melhores de Voyager e Enterprise teriam saído.
A forma de tirar Rose da história (Billie Piper queria sair) foi bem bolada, resolvendo a sua vida pessoal, da sua mãe e de Mickey, e por tabela, ajudando o Pete Tyler do universo paralelo a reconstruir a vida. Torchwood One foi fechado pelo visto, por um bom tempo: Nas duas temporadas seguintes, nem sinal da base de Londres. O spin-off falará de Torchwood Três, e se passará em Cardiff, País de Gales. Em breve começo a postar sobre ela também aqui no Fala Séries. Mickey volta diferente, menos covarde. Pete está muito bem também, e Jackie finalmente resolve os seus problemas sentimentais. Quanto ao Doutor, resta-lhe o TARDIS e a solidão de uma vida quase eterna em que ele tem companhia por algum tempo, mas seu destino é vagar solitariamente pelo universo.
Algumas curiosidades:
- É a primeira vez que vemos num episódio os Daleks e os Cybermen juntos, em quase 45 anos de série.
- A escolha de Pete para resgatar Rose foi uma forma de dizer que ele a aceitava como filha "substituta", embora alguns queriam que fosse Mickey que a salvasse do Vazio.
- As filmagens da Baía do Lobo Mau, na Noruega, na verdade foram no País de Gales.
- O suspense da saída de Rose foi mantido, de forma que David Tennant e Billie Piper só tinham parte dos seus textos.
- A música da partida de Rose, "Doomsday", tristemente bela, foi composta especialmente para o episódio, num arranjo minimalista.
- Foi uma luta manter o segredo do final da temporada, já que o episódio foi filmado quase todo junto com os episódios 2x05 e 2x06, na primeira aparição dos Cybermen nessa temporada. Mesmo assim, enquanto a equipe de produção recebia o prêmio BAFTA de 2006, Dalek Sec apareceu para assustá-los. Brincadeira que a maioria dos fãs apenas riu e não percebeu que aquele Dalek tinha diferenças, como a armadura negra.
- Esse é o episódio mais popular de toda a série, na versão a partir de 2005, tendo mais audiência do que a final da Copa do Mundo de 2006, na Inglaterra. Também foi um dos mais elogiados de todos.
- Os acontecimentos desse episódio deram margem a um mini-arco em Torchwood (episódio "Cyberwoman").
- A perda de Rose marcou profundamente o Doutor, tanto que isso foi usado contra ele várias vezes na terceira temporada, fazendo com que a nova companheira (Martha Jones) sentisse-se sempre aquém do que era Rose (e realmente era, mas isso é assunto para a frente).
- Ainda veremos esse universo paralelo em parte na 4a temporada. Aguardem até lá, é o jeito.
3 Response to "Doctor Who 2005 - 2x13 - "Doomsday""
Eu adoro suas resenhas! É uma pena que agora esteja adiantada - estou vendo o final da terceira temporada - porque quando comecei DocWho vinha ler sua resenha assim que acabava de ver o episódio.
Nunca me ocorreu de deixar um comentário, mas já que você vai resenhar Torchwood ♥, fica aqui meu obrigada, meu incentivo e minha esperança que nunca pare! =)
Opa, q bom q n sou só eu q gosto delas!
Torchwood já foi resenhada, aliás, vai começar a 4a temporada em julho e lá vou eu... :-D Mas dessa eu n fui tão detalhado assim.
Aproveita e ouça o Universo Who Podcast, procura o site q vc acha. =D
Já vi este episódio 2 vezes.
Chorei da primeira vez.
Da segunda, sem lágrimas,mas com a mesma emoção.
Belíssima forma de mostrar a morte (para salvar o mundo), mundos paralelos, o vazio entre dimensões.
E, o surgimento inusitado de uma noiva dentro da Tardis.
Maravilhoso.
My best regards to Rose Tyler onde ela estiver.
Postar um comentário