O season premiere da terceira temporada ainda é considerado um dos mais marcantes episódios de toda série, e não por acaso. Começamos com uma situação totalmente diferente - ainda que vagamente familiar. Após a tórrida cena do beijo entre Jim e Pam no final da temporada anterior, logo sabemos que eles chegaram a um consenso (relutante) de que não daria certo (traduzindo: ela eu o fora nele). Dessa forma, Jim resolve deixar Scranton e aceita a promoção na filial de Stanford. Mesmo assim, Pam percebe a confusão de seus sentimentos e cancela o casamento com Roy. O mais interessante é que tudo isso fica bem claro sem que eles admitam - mesmo para os câmeras - o que realmente sentem. Aliás, todo o episódio é recheado de pequenos momentos que tornam mais aguda e palpável a separação entre o vendedor e a recepcionista.



Mas mesmo o romance mais charmoso da TV (em sua época) fica até em segundo plano frente àquela que provavelmente é a maior trapalhada de Michael Scott: por uma infeliz coincidência, Michael acaba descobrindo por Toby que Oscar, da contabilidade, é homossexual (algo que ficara claro para o espectador na temporada anterior, mas permanecia oculto dos outros até então). Mesmo sob o pedido de sigilo total do supervisor de RH, é óbvio que ele iria conseguir de alguma forma que todo o escritório ficasse sabendo.



O humor de "The Office" é frequentemente classificado como "vergonha alheia", mas o termo simplesmente não faz jus ao que vemos neste episódio. Entre pornografia gay, especulações sobre a sexualidade dos outros empregados, as famosas reuniões de Michael, um detector de gays (Jim está distante, mas ainda presente) e uma cena de Michael e Oscar que eu me recuso a descrever; vocês devem ver por si mesmos.



Vale uma pequena observação que somos rapidamente apresentados a Andy e Karen, dois personagens que ganharão importância ao longo da série.