Você já deve ter ouvido falar na regra dos 15 anos. (Não? Como assim?! Tudo bem, eu explico.) Este axioma do pop afirma que não se deve rever qualquer filme ou programa de TV que você assistiu antes de completar uma década e meia de vida, sob o risco de destruir a magia criada no primeiro contato.

Como bom quebrador de regras que sou, resolvi reassistir Beakman's World, uma divertida mistura de entretenimento e ciência que acompanhou boa parte da minha infância e pré-adolescência.

Ao contrário do que diz a regra dos 15 anos, não me arrependi. A ciência mostrada de forma divertida e descomplicada, seja em explicações pá-pum ou demonstrações elaboradas, prova que é possível fazer boa televisão educativa sem soar vago ou forçado.

O episódio de estréia, assim como todos depois dele, começa no Pólo Sul, com dois pingüins assistindo TV (!) As duas aves mudam de canal até toparem com um programa no mínimo diferente, apresentado por um amalucado cientista de cabelo espetado e jaleco verde fluorescente.

Mas Beakman não faz o programa sozinho. Ele contracena com sua espivetada assistente Rosie e, claro, com o divertidíssimo Lester, o cara vestido de rato. Também merecem atenção o cameraman Ray (Nei, na versão nacional), cuja mão sempre aparece ajudando Beakman, e os diversos equipamentos e experimentos improváveis usados pelos cientistas.

Ao fim de vinte minutos, o efeito sobre mim dessa nova sessão de Beakman foi semelhante ao de quando a gente assiste Chaves – eu já sabia o que ia acontecer, chegando ao cúmulo de ter decorado algumas falas, mas ainda assim o Tiago versão 2008 se divertiu com o programa tanto quanto o Tiago versão 1995. Ainda mais quando o ator Paul Zaloom, que interpreta Beakman, surge vestido de Galileu para explicar a gravidade. Divertido demais.

E lembrem-se, crianças: nada desaparece, tudo vai para algum lugar. E quem disse que tortas não explodem?