quarta-feira, 26 de maio de 2010

Lost 6x17 e 18 - The End

Posted on 00:07 by Vinícius Schiavini

Confesso que fiquei um bom tempo pensando como e o que escreveria nesta última resenha de Lost.

Aliás, última até que a ABC decida continuar a série em quadrinhos, filmes, spin-offs...

Bom, vamos primeiro dizer que não, eu não fui um dos que ficou ligado no streaming torcendo pra não dar xabu na internet para poder ver Lost junto com os americanos e seus intervalos comerciais gigantes e horríveis. Para vocês terem ideia, o episódio tem 100 minutos de duração. Ou seja, 1h40m. Mas a ABC colocou CINQUENTA MINUTOS de comerciais. E deu duas horas e meia de programa, de show.

Ao final, teve aqueles que amaram, choraram, vibraram, e aqueles que detestaram, espinafraram, falaram mal. E eu concordo com ambos. Mas vou me explicar.

Como já foi dito, Lost é uma série sobre os personagens. E sua personagem principal é a Ilha. Ela tem vontade, ela tem força, ela se move e tem seres que devem protegê-la. A Ilha manteve-se fiel à sua proposta desde o início.

Os produtores aí dizem que tem tudo planejado desde o começo. Disso duvido. Desde a terceira temporada é bem possível, já que aí tinham um prazo pra terminar. Mas não desde o comecinho. Senão Walt e Michael, personagens que não renderam nada, nem existiriam na trama. Ben Linus e Desmond, personagens que muitas vezes roubaram a cena, foram promovidos ao elenco fixo por serem excelentes.

Bom, vamos lá. Sempre falei da Ilha e da Terra-2, então nada mais justo que dividir esta última resenha para me fazer entender.

ILHA

Na Ilha rolava desde o começo da temporada a exploração da Guerra Jacob versus Fumacinha. E Jacob foi morto por Ben e, por isso, deveria ser encontrado seu substituto.

Com isso tivemos explicações da vida de Riccardo (Richard Alpert), do Black Rock, dos números e até dos sussurros. Embora tivéssemos visto a estátua gigante de frente, não foi dito claramente quem a construiu. Talvez o povo de preto que vivia lá.

Vimos como surgiram Jacob e o Fumacinha, também chamado de Homem de Preto, que NUNCA teve nome. E não, o final não lhe batiza. Mentiram quando disseram que isso seria debatido até pelos personagens.

Colocando em posição uma batalha psicológica em sua primeira metade, o episódio surpreende ao mostrar o que há na Fonte da Ilha, e nos dando um gostinho de ver o poder do Mal ali. Disso que entendo que o Fumacinha nada mais é que um avatar desse Mal. Jack, Fumacinha, Desmond, Hurley, Ben, Sawyer e Kate tomam posição como os últimos peões dessa batalha. Notou que, com Locke sendo o receptáculo do Fumacinha, os únicos que não vieram no Oceanic 815 são... Desmond e Ben? Os que roubaram a cena.

Enquanto isso, Miles e Richard Alpert, dois personagens que perderam sua utilidade, encontram mais um para por o plano de fugir da Ilha em ação. Deram uma nova utilidade a eles, já que Alpert nem é mais guia de Jacob aos candidatos e tal.

Bom, decidi não contar spoilers, mas devo dizer que os finais colocados aos personagens me agradaram muito. Coisas coerentes, como quem se torna o novo Jacob, o destino do Fumacinha e de Sawyer e Hurley, os sobreviventes por quem mais torci. Tudo coerente, bem escrito, bem feitinho.

Fico chateado de algumas coisas jogadas pelos produtores ficarem sem resposta. Pode falar que Lost é cabeça e tal, mas eu gosto de boas perguntas com boas respostas. E a Bad Robot tem outra produção com isso de montão (Fringe). Sabe, não queria que coisas como a Libby no hospício (chamaram a atriz de novo pra quê?!?), Walt e seus poderes, a Iniciativa Dharma e sua derrocada, o que levou ao Expurgo (ordem do Jacob? Duvido), Ben vendo sua mãe morta (Ben se tornaria o Fumacinha 2.0?) e assim vai.

Aí que fiquei decepcionado...


TERRA 2


Bom, aí a coisa, ao meu ver, degringolou um bocadinho.

A Terra-2 ocupou vários episódios desta temporada com um roteiro que não vimos para onde iria. Nossa esperança surgiu com Desmond (olha ele de novo!), tomando consciência do que é tudo aquilo. Mas, claro, sem falar pra ninguém. Antes de mais nada, Lost é o cúmulo da falta de comunicação entre o pessoal.

Daí os personagens partiram para um "despertar" que nos emociona a cada cena. Charlie com Claire, meu casal favorito, por exemplo. E a Sra. Hawkings (aqui Sra. Widmore) sabendo de tudo.

Com a solução apresentada, eu pergunto: E o filho do Jack? E o fato de que o Ben foi pra Ilha? Se Miles se dá bem com seu pai, por que é Miles Straume e não Miles Chang? Onde Charles e Eloise se conheceram, se os dois eram dos Outros? (Aliás, COMO eles foram pra Ilha?)

Bom, não vou falar o grande PLOT TWIST da Terra-2. Basta dizer que foi uma forma de homenagear todas as personagens de destaque destes seis anos. Mas aí eu faria de forma diferente. Para dar mais importância a tudo da Terra-2, eu teria resolvido as coisas da Ilha e mostrado as consequências. Quando "Número Um" e "Número Dois" se cortejam, você entender que eles ali construíram um trabalho baseado em mútua confiança é fundamental.

Nos restou imaginar. Ou esperar a continuação.

Por isso que eu digo: o final deveria ser FINAL. E não finalizou quase nada da Ilha. Coube à Terra-2 isso.

Obrigado, JJ Abrams, Carlton Cuse, Damon Lindelof e elenco. Sem dúvida, Lost é uma série para pensar, para conectar, para teorizar e para entender. Um marco dentre as séries.

Agora, parafraseando o som que tocava ao final de cada epísódio, quando queríamos mais:

PÓW.

No Response to "Lost 6x17 e 18 - The End"