
No início do episódio, vemos o Doutor fazendo diversas estripulias ao longo do tempo (como esconder-se debaixo de uma saia de uma nobre francesa - acho, e aparecer numa cena de um filme de "O Gordo e o Magro"), e vivendo 1001 aventuras (como diriam na "Sessão da Tarde"). Mas volta-se a Rory e Amy vivendo a sua vida de casados, após terem dado uma pausa de 2 meses nas viagens com o Doutor. Até que eles recebem um envelope azul pela caixa do correio, e esse envelope tem um tom de azul que é exatamente igual ao tom de azul da
TARDIS. Esse envelope contém um papel (azul) com uma data, uma hora e um conjunto de coordenadas. E essas coordenadas os levam ao estado norte-americano de
Utah. Lá eles chegam, e encontram a nossa arqueóloga de cabelo rebelde favorita, Dra.
River Song, que também recebeu um envelope. Finalmente chega o Doutor, com um chapéu de vaqueiro (um
Stetson) que é tirado da sua cabeça por uma bala disparada por River Song. Eles se confraternizam, e o Doutor, em um dado momento da conversa, declara que tem 1103 anos de idade (aproximadamente 200 anos amais do que a última vez em que eles o viram). O seu semblante está mais envelhecido, seu olhar, mas tranquilo... E ele os leva para um piquenique em um lago próximo, falando que levará-os para uma viagem até o "Espaço 1969".

Amy vê ao longe uma figura misteriosa, mas logo esquece dela quando olha para outra direção. Posteriormente, alguém vestindo uma roupa de astronauta emerge do lago. O Doutor vai até ela, mas não sem antes avisar aos seus companheiros que eles não devem interferir. Todos ficam a uma certa distância, e entram em pânico quando o astronauta atira contra o Doutor. Ele começa a se
regenerar, mas o "homem do espaço" atira novamente, e o Doutor MORRE. Sim, O DOUTOR MORRE. Amy chora, River Song se desespera, Rory fica chocado... E a gente também. Um homem idoso se aproxima, e se apresenta como
Canton Everett Delaware III. Ele também recebeu um envelope azul, e diz que recebeu instruções para trazer um garrafão de gasolina. O corpo do Doutor é cremado, num típico
funeral Viking (embora ele não fosse viking, mas... Não seria bom os humanos porem as mãos no corpo de um Senhor do Tempo falecido).
Canton se despede, e eles vão, arrasados, até um restaurante de beira de estrada. Lá eles encontram o Doutor, 200 anos mais jovem, caminhando despreocupadamente. Ele também recebeu um envelope, sem saber quem enviou a ele. Depois de muita discussão, Amy, Rory e River decidem não falar nada para o Doutor da sua morte, ou que quem enviou o envelope foi o seu eu do futuro. Os quatro fazem uma busca por Canton Delaware e "Espaço 1969", e a TARDIS materializa-se
camuflada no
Salão Oval, onde vemos o Presidente
Richard Nixon conversa com
Canton Delaware III sobre uma série de telefonemas que ele recebe de uma garotinha assustada, pedindo ajuda. O Doutor conquista a confiança de Delaware, e convence Nixon a dar-lhe alguns minutos para localizar a menina.

Enquanto o Doutor trabalha, Amy vê a figura misteriosa (que ela viu em 2011) novamente, e pede licença para ir ao banheiro. Lá, a figura, um membro da raça conhecida como o
Silêncio (chamarei-os de Silences, para facilitar) espera por ela e destrói uma mulher inocente, apesar de Amy pedir pela vida dela. Logo entendemos (e Amy também) que os Silences apagam a si mesmos da memória dos seres humanos que encontram com eles, Amy puxa o celular dela e tira uma foto dele. Quando ela sai, ela esquece que o viu. Enquanto isso, o Doutor acha a localização da jovem em perigo: Um prédio próximo a
Cabo Canaveral,
Flórida, na interseção de três ruas, com nomes de presidentes americanos:
Jefferson,
Adams, e
Hamilton. Por isso ela ligava para o presidente de então, Nixon. O Doutor e seus companheiros pegam a TARDIS e vão até lá, junto com um Canton Delaware muito curioso.

Ao chegarem, eles encontram pedaços de uma roupa de astronauta, e tecnologia alienígena. River e Rory exploram uma vasta rede de túneis, que aparentemente espalham-se por todo o planeta, construído ao longo de centenas de anos, mas que sempre passou desapercebido pelos humanos. Ambos encontram uma sala de controle cujo design é muito parecido com a sala de controle que vimos no episódio da 5a temporada chamado "
The Lodger", mas não se dão conta de que estão cercados pelos Silences. Enquanto isso, Delaware ouve um grito de uma menina, e corre na direção do grito. Amy e o Doutor os seguem, e ela para o Doutor para dizer algo que não tem muito a ver com o momento, mas vá lá... Ela está grávida. Rory é rápido, não? Quando eles chegam, Delaware está desacordado, e chega um astronauta. Sem pensar, Amy pega a arma de Canton e atira no astronauta. Mas ela vê depois que quem está dentro daquela roupa é a menina que gritou.
E começa aqui a 6a temporada de Doctor Who, logo com momentos dignos de evaporar cérebros, explodir cabeças, derreter mentes ou a melhor opção que você tiver para dizer nesse momento: O Doutor morreu, voltou à vida, Amy está grávida, não sabemos quem é a garotinha... E estamos cheios de dúvidas. Se você quiser saber o que a gente sabia no momento em que vimos esse episódio, sugiro que você vá até o
Universo Who e baixe o podcast no. 17 e ouça, vocês irão se deliciar... Ou não. E o que tem de teoria... Eu, pelo menos, não estou fazendo muitas, prefiro ser surpreendido. E o diálogo de Nixon com Canton é ótimo:
- Nixon: "Bem, o senhor sabe que não fostes a minha primeira opção para essa missão."
- Canton: "Tudo bem, o senhor não foi a minha primeira opção como presidente..."
Bem, vamos às curiosidades? E tem muitas:
- É fato de que a BBC agora quer fazer com que Doctor Who torne-se popular nos Estados Unidos, e nada melhor do que um episódio centrado no país da América do Norte, trazendo inúmeros elementos da sua cultura como: o restaurante de beira de estrada, o Stetson, o ônibus escolar amarelo, o carro (um Edsel Villager), entre outros. Também foi trazido elementos da história recente dos EUA, como a ida do homem à Lua. A BBC America agora exibe o episódio nos EUA simultaneamente ao Reino Unido, e espero que a audiência seja boa por lá também.
- O episódio amarra-se ao arco da 5a temporada, chamado o "Silêncio vai cair". Dispensável dizer que quem é o Silêncio agora, né? O primeiro episódio onde essa fala é citada, é no 1o episódio da 5a temporada, "The Eleventh Hour", e repetida ao longo da temporada. Steven Moffat não explicou quem é o Silêncio, mesmo quando a temporada terminou, o que é um fato inédito em Doctor Who: Pela primeira vez um mistério passa de uma temporada para outra, quebrando o paradigma de que cada temporada é auto-contida (as temporadas do Russell T. Davies são auto-contidas sim, só que pontas foram soltas para que fossem resolvidas em outras temporadas. Não foi um mistério grande).
- River Song fala para Rory que ela e o Doutor estão viajando pelo tempo em "direções opostas". Ela fala que chegará o dia em que "ele olhará nos meus olhos, e não terá a menor ideia de quem eu sou. E eu acho que isso irá me matar". Vale lembrar que na 4a temporada, o Décimo Doutor encontrou com River Song pela primeira vez (pela perspectiva dele) ou pela última vez (pela perspectiva dela). No final do episódio duplo "Silence in the Library/Forest of the Dead" (escrito por Steven Moffat), ela morre mas a sua consciência é preservada dentro do computador da Biblioteca.
- A TARDIS já ficou invisível outras vezes, mas por causa de defeito no seu estabilizador visual. Isso ocorreu com o Segundo Doutor (Patrick Troughton).
- Quando Canton sai da TARDIS, o Doutor fala a ele "Coração valente, Canton". O Quinto Doutor (Peter Davidson) falava a mesma coisa para o companheiro Tegan, "Coração valente, Tegan."
- Quando Amy pede ao Doutor mais jovem para acreditar nela, ele pergunta a ela se ela pode jutar sobre algo que realmente importa. Ela pensa, sorri e responde: "Pedaços de peixe e maizena", que são eventos do primeiro episódio da 5a temporada "The Eleventh Hour", quando Amy e o Doutor se encontram pela primeira vez, e ela ainda é chamada de Amelia e tem 7 anos.
- Em 25 de março de 2011, uma cena foi divulgada, como prequel da temporada. Nela, Nixon recebe o telefonema da garotinha, que pede que ele olhe para trás, e ele pergunta a ela como conseguiu o seu número. Ela diz que o "homem do espaço" deu a ela. Ela fala de monstros, e ele diz: "Senhorita, não há monstros no Salão Oval". Ele desliga, senta-se e atrás dele vemos um ser vivo, fora de foco.
- Moffat decidiu começar com um episódio duplo para aumentar a gravidade dos fatos, e ampliar o escopo da trama, assim como fazer alguns dos episódios mais obscuros da temporada.
- "The Impossible Astronaut" e "Day of the Moon" são o primeiro caso de um episódio duplo abrir a temporada desde a temporada de 1985, com o Sexto Doutor (Colin Baker).
- No Doctor Who Confidential, Moffat declarou que esse é um dos mais sombrios da temporada, mas mesmo assim continua o humor (ele tem origem em programas de humor, caso alguém ainda não saiba).
- Segundo Moffat, mostrar a morte do Doutor é mostrar que os Senhores do Tempo não são invencíveis, mas podem morrer se forem executados durante a regeneração.
- Os Silences são novos vilões, que rivalizam com os antigos em termos de "causar medo nas pessoas".
- Ah, os Silences foram inspirados na imagem do quadro de Edvard Munch,chamado O Grito.
- Mark Sheppard, que eu lembrava de vê-lo como o advogado de Gaius Baltar em Battlestar Galactica, mas fez também aparições em Firefly, Supernatural e Warehouse 13, foi anunciado em outubro de 2010 como alguém que apareceria na série. E ele foi Canton Delaware III.
- O mesmo Mark Sheppard disse que ser Canton é um "emprego dos sonhos", e que adoraria aparecer em outra produção de Moffat, no caso Sherlock.
- Apesar de Mark Sheppard ser inglês, é a primeira vez em que ele aparece numa produção britânica.
- E quem faz o Canton Delaware III em 2011 é o pai de Mark Sheppard, William Morgan Sheppard, por sugestão do filho.
- Stuart Milligan, que faz o presidente Nixon, é americano e gostou muito de ter feito o papel. Ah, ele fez a voz do Coronel Stark na animação de Doctor Who chamada "Dreamland".
- Stuart Milligan colocou um monte de próteses (como o narigão, as orelhas e as bochechas de buldogue de Nixon), e ele já foi outros presidentes americanos em produções para a TV, como Dwight D. Eisenhower. Ele tentou imitar o jeito de Nixon de falar, mas achou muito difícil, dado que ele usava dentes falsos também.
- O episódio duplo foi rodado em locações nos EUA. No passado (como o filme de 1996), houve cenas rodadas no Canadá, ou filmagens feitas pela segunda unidade de produção em Nova York e na Estátua da Liberdade (como no episódio da 3a temporada "Daleks in Manhatan").
- A roupa de astronauta é uma réplica da roupa usada pelos astronautas da Apollo XI, feita para o episódio. É à prova de água.
- Karen Gillian não fingiu quando viu o Doutor ser morto. Ela se desesperou mesmo.
- O Salão Oval foi replicado nos mínimos detalhes, nos Upper Boat Studios no Pais de Gales. O restaurante americano existe, e está localizado na Baía de Cardiff, País de Gales.
- O filme de O Gordo e o Magro, The Flying Deuces, teve o Doutor inserido artificiamente com Matt Smith dançando em frente a uma tela verde.
- O episódio inicia homenageando Elisabeth Sladen, a eterna companheira querida do Doutor, Sarah Jane Smith (e que protagonizou um spin-off de Doctor Who, The Sarah Jane Adventures), falecida na mesma semana, vítima de um câncer.
- Nos EUA, esse episódio bateu o recorde de audiência da BBC America, com 1,7 milhão de espectadores. No Reino Unido, 8,87 milhões o viram.
Chega de falatório, e vamos para a segunda parte, que ainda é mais explosiva do que a primeira. Duvida? Bem, o episódio começa com mais 3 mortes, não só a do Doutor. E vemos a Àrea 51, Nixon novamente, a garotinha... Ah, espera aí que eu volto na semana que vem. Gerônimo!